quarta-feira, julho 25, 2007

A causa é justa

Fiquei muito lisonjeada com o convite para colaborar nesse blog, e desde então estava ansiosa para estrear. Mas parecia que nada estava ajudando, não me vinha nada para escrever. Um texto geralmente já está pronto em você, pedindo insistentemente para sair. Escrever é permitir essa saída, depois faz-se apenas uns ajustes aqui e outros ali. Só é preciso algo que desencadeie a idéia, a tal inspiração. Eu estava nesse “vazio” para escrever até que hoje pela manhã enquanto assistia ao telejornal, algo pediu para ser escrito

Quando os trabalhadores se sentem insatisfeitos em seu local de trabalho porque deparam com situações precárias na segurança, infra-estrutura ou no salário, é seu direito protestar. Fazem assembléias, diminuem a produção, caminhadas, paralisações, greves. São formas de exigirem seus direitos e diminuírem a exploração que sofrem. Para o empregador, o resultado desses protestos, principalmente a greve, é a queda da produção e consequentemente do seu lucro, o que o leva geralmente a um acordo com os trabalhadores.
Mas quando o lucro perdido é a vida humana?
No estado de Pernambuco, médicos paralisaram suas atividades nos hospitais públicos e chegaram a elaborar 128 cartas de exoneração, caso suas exigências não sejam atendidas elas serão entregues a Secretaria de Saúde. Na educação, há mais de 40 dias os professores estão em greve.
Não se pode dizer que esses profissionais estão errados ao se manifestarem diante da precariedade dos serviços públicos, é necessário chamar atenção do empregador, o Estado, para a sua omissão na gestão de políticas públicas e da sociedade para exigir o exercício digno de sua cidadania. Além disso não é de hoje a reivindicação desses profissionais pela melhora na qualidade dos serviços.
Entretanto, como explicar essas razões aos pacientes e seus familiares que estão à espera por atendimento médico? Como recuperar o tempo perdido pelos alunos em seu processo de aprendizagem?
Nessas situações não há acordos trabalhistas nem aumento de salários que recuperem a produção perdida. Vida não se recupera.
Há ao menos a esperança que o êxito da luta desses trabalhadores evite, no futuro, mais vidas perdidas pela ineficiência dos serviços públicos.

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