sábado, março 11, 2006

Trair e Coçar, é só Começar?

Não preciso dizer o óbvio. Mentir pra si mesmo, se enganar, acreditar em fábulas criadas em sua própria mente é um dos esportes favoritos do ser humano. Se eu fosse listar as maiores mentiras que a maioria das pessoas preferem acreditar que é verdade, com certeza "Quem ama não trai" estaria no top 10. Não concorda comigo? Ótimo, vamos ver se no fim do post você mantém a mesma opinião.

Primeiro é importante entender o conceito do que é uma pessoa fiel, segundo o dicionário:

fi.el adj (lat fidele)
1 Que guarda fidelidade. 2 Que cumpre aquilo a que se obriga. 3 Que tem afeição constante. 4 Leal. 5 Honrado, probo. 6 Exato, pontual. 7 Verídico. 8 Aplica-se à memória que guarda ou conserva com exatidão as idéias. 9 Infalível. 10 Constante, firme, perseverante.

O fato de ser leal, honrado, probo, verídico, são qualidades que não são condicionadas ao amor, mas a ética e a moral, enquanto que ser constante, firme e perseverante estão ligadas também a personalidade. É preciso dizer também que em primeiro lugar temos que ser fiéis a nós mesmos, respeitarmos o que acreditamos, nossos limites, e nossas capacidades. Aquele não que consegue sequer ser fiel a si mesmo já começa com a balança desiquilibrada e a tendência é que piore quando exteriorizamos nossas características.

Primeiro temos que diferenciar um pouco as pessoas que cometem as infidelidades: Aquelas realmente desprovidas de caráter e aquelas que possuem (ainda) o senso de moral:

As primeiras foram condicionadas a comportamentos infiéis, mentem e enganam compulsivamente, não podem rejeitar um rabo de saia, ou enganar alguém, ou mudar de lado constantemente, ou até têm uma personalidade fraca ou deturpada mesmo, com o passar do tempo isso acaba se tornando muito mais um comportamento costumeiro e incrustado na personalidade e sabemos que quando algo se torna costume é difícil de desvencilhar.

Já no segundo caso temos aqueles que de repente acabam cometendo um erro, um deslize (errar não é humano?Acontece). A característica fundamental desse tipo de pessoas, que possuem um comprometimento moral mais forte, é a culpa. Diferente dos outros tipos que eu citei onde a culpa foi exterminada pelo cotidiano, essas pessoas realmente se sentem mal ao fazerem algo de errado

Vamos ao ponto chave, os brutos também amam? Então porque os infieis não? O amor pode ser uma fonte de reabilitação pra aqueles que querem mudar, mas não basta apenas se apegar a paixão, ao amor, é preciso criar uma consciência ética e moral, assumir que se tinha (ou tem) um comportamento errado é o primero caminho, pedir desculpas sinceras a quem foi magoado no passado (limpar a ficha) também é uma ótima pedida.

Isso é importante porque podemos dizer que existem duas cordas que prendem as pessoas num relacionamento, o respeito e o amor, nas pessoas desprovidas de um comportamento moral, quando se sentem realmente envolvidos num relacionamento, o respeito e o amor estão tão entrelaçados que quando a corda do amor se parte leva junto a do respeito. É por isso que é preciso se separá-las.

Da mesma forma aqueles que tem uma forte presença moral, mesmo com pouco amor, dão conta do respeito, e geram relações estáveis com as pessoas na sua vida, com isso mesmo que os sentimentos acabem, terão amigos pra vida toda.

Podemos concluir expondo dois quadros básicos: É possível se trair mesmo amando alguém, assim como é possível não trair mesmo não se amando. Somos responsáveis por nossos atos, e também por como eles interferem na vida de outras pessoas, por isso devemos sempre agir com responsabilidade. Seja sincero com quem se ama e com quem não se ama também, essa é a maior prova de fidelidade que se pode dar hoje em dia.